Episódio de hoje: “Nem tudo o que reluz é ouro, nem
tudo o que brilha é diamante!”
(Imagem disponível
em http://www.alturasepesos.com.br/letra-b/172-altura-e-peso-de-ben-affleck.html.
Acesso: dez. 2012)
Dia
desses, depois de uma semana atribuladíssima de trabalho, resolvi “olvidar”
minha condição proletária e gozar de breves momentos de entretenimento na noite
de Gyn. Dotada do meu digno salto 15 e de cílios postiços que despertariam a
inveja do mais espetaculoso transformista, segui serelepe em direção à tão
almejada felicidade...
Tudo
parecia perfeito: meus cabelos dourados balançavam tal como as madeixas das
atrizes globais em propagandas de xampu, minha tez brilhava e até mesmo aquele
culote, que insiste em habitar meu corpo, estava disciplinadamente contido em
uma cinta recém-adquirida. Em suma: minha autoimagem naquele dia era da Barbie
edição Malibu. O que parecia bom ficou incrível quando minhas amigas apontaram
para o moçoilo mais garboso da festa e ele (pasmem!) estava olhando fixamente
em minha direção.
Fiz
ar de pouco caso, comecei a me movimentar lentamente (nos filmes é uma
estratégia comum de sedução) e tratei de ir imediatamente ao toalete feminino
para verificar meu “make”. Quando retornei ao salão de dança, munida de uma
confiança não costumeira, iniciei uma performance “a la bailarina do Faustão”
com todos os passos aprendidos durante as exaustivas aulas de zumba. Fiquei tão
absorvida pela coreografia que sequer percebi a aproximação do charmoso rapaz.
Depois de um giro digno de um solo da ginasta Daiane dos Santos, fiquei frente
a frente com aquele Adônis do Centro-oeste. Passados breves instantes de
estupefação, ouvi a seguinte pergunta:
-
Será que não nos conhecemos de algum lugar? (Pensei: bonito, mas pouco
imaginativo. Afinal, essa pergunta faz parte do modus operandi masculino desde o Paleolítico).
Enquanto,
tentava disfarçar meu enfado e buscava uma resposta cortês, escutei um grito
incontido:
-
Nossa! Já sei! Você é a Tia Paula. Fui seu aluno no 9º ano. Como a senhora
está, professora?
Resultado:
até hoje recebo ligações de amigas que, depois de presenciarem a referida cena,
tornaram a minha desgraça motivo de pilhéria e seguem gritando “Tia Paula” quando
eu atendo as chamadas.
Diante dessa lembrança, mentalizo os versos de Henry Ward Beecher: nossos melhores sucessos vêm depois de nossas maiores
decepções. Pois bem, o acaso já pode me enviar (no mínimo) um sósia do
Ben Affleck para compensar o ocorrido... Sigo aguardando esperançosa. 
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