Tema: Aplainando a minha montanha...
(Imagem extraída da internet- Disponível em http://fina-sintonia2.blogspot.com/2011/04/adesivo-nos-carros-que-representa.
Acesso: jan. 2013).
Certa
vez, durante um encontro com amigos do mestrado, escutei atenta cada um deles
expondo seus anseios para os anos seguintes. A maioria falava sobre o
desenvolvimento de pesquisas, doutorados fora do país e demais objetivos
acadêmicos. Percebendo o meu silêncio, um deles perguntou:
-
E você, Ana? Como se vê dentro de dez anos?
Respondi
de súbito:
- Em
uma casa acolhedora, com um marido atencioso, três filhos, uma churrasqueira,
um cachorro vira-lata e uma piscina de plástico de 1000 litros.
Todos
olharam em minha direção com expressões estupefatas. Creio que atribuiram ao cansaço da produção dos artigos ou ao consumo recente de cerveja
quente o absurdo da minha declaração. Entretanto, fui absolutamente sincera.
Eis o meu sonho provinciano nada secreto: construir um lar. Meio folhetinesco
demais? Provavelmente. Tendo em vista que a quimera é minha, ouso pintá-la com
as cores que eu escolher.
Vivemos
em um mundo de valores deturpados no qual as pessoas costumam taxar de “caretas”
aqueles que associam seus objetivos profissionais e acadêmicos a um projeto pessoal
de constituição familiar. Diante dessa realidade, muitos confundem a “pseudoalegria”
proporcionada por festas, bebidas e sexo fácil com a plenitude da existência.
Peço
desculpas se o texto aqui exposto tem teor doutrinário. Mesmo assim, me
arriscando a ser ainda mais piegas, reproduzo um pensamento do novelista russo Leon
Tolstoi: A VERDADEIRA FELICIDADE ESTÁ NA PRÓPRIA CASA, ENTRE AS ALEGRIAS DA
FAMÍLIA. Simples e, ao mesmo tempo,
extremamente complicado quando a maioria está cada vez menos disposta a assumir
compromissos e responsabilidades... E se vou abrir mão do que
desejo? Não mesmo. Afinal, citando o consagrado escritor francês Émile Zola:
"As
dificuldades, como as montanhas, aplainam-se quando avançamos por elas."

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