Episódio de hoje: Quem nasce para rei nunca perde a arrogância...
(Imagem disponível em http://www.portalangels.com/espaco-mulher/wp-content/uploads/2012/10/paquera-2-30047.jpg.
Acesso: mar. 2013.
Dias
desses, uma bem intencionada amiga resolveu movimentar a minha vida
sentimental. Para tanto, a caridosa alma realizou uma triagem entre familiares,
amigos e conhecidos e, depois de cuidadosa análise, declarou que já tinha em
mente a pessoa perfeita para ser a minha alma gêmea, a metade da laranja, a
tampa da panela e todas as demais associações ridículas que costumam fazer aos
casais.
Uma vez convocada, iniciei a "Operação
Macgaiver" de resgate da autoimagem potencializada. Uma hora depois, eu já
estava no meu mais digno look. Entretanto, as expectativas foram infinitamente
superiores à realidade e gastei pancake e sais de banho à toa...
O moçoilo
provou ser possuidor de uma empáfia muito maior do que seu charme. Ele já
começou a conversa falando quatro vezes o sobrenome (para jogar na minha cara o
próprio pedigree). Em contrapartida, embora eu tenha dito o meu nome mais de
uma fez, fui insistentemente tratada por "minha linda" e
"coração". Quando falei a minha profissão, fui
"agraciada" com um olhar de lástima e, compadecido, o bem
amado disse:
-
Entendo. Toda profissão é digna, mesmo as menos valorizadas...
As
trombetas do Apocalipse foram a trilha sonora desse momento. Mesmo diante de um
olhar de advertência que intimidaria o mais corajoso gladiador em pleno
Coliseu, fui ainda premiada com outras pérolas, dentre as quais destaco:
-
Você sente muita saudade de Recife, 'anjo'?
-
Não sou de Pernambuco!!!! Falei para você que sou cearense!!!!
-
Verdade. Mas e daí né, 'lindinha'? É tudo Nordeste, praia e tapioca.
Após
rir (solitário) da própria piada, o boy magia sacou seu Galaxy S3 para
mostrar fotos da casa de campo da família e registros ao lado de cantores e
políticos goianos. Falou de novo o sobrenome e, quando percebeu meu pouco caso,
disse em tom de revolta:
-
Uai, moça! Nunca ouviu falar da minha família? Somos tradicionais aqui em
Goiânia. Pessoas de muita influência.
A
tênue linha que mantinha meu compromisso com a bondade rompeu e disparei então:
- Moço, eu não sou de Goiânia. Daqui só
conheço os astros da música regional. Você forma dupla sertaneja com um dos
seus irmãos?
-
Não.
- Não?
Está explicado. Por isso não sei quem você é!
Resultado: foi o encontro mais breve da
história da “xavecação” goianiense. Parti aliviada para
o meu lar proletário. E o garboso rapaz? Depois de não ter sua estirpe
reconhecida e aclamada, podemos assim definir o seu estado: #chateado!

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