Episódio de hoje: Elemento possuidor de beleza impenetrável com
síndrome de Adônis...
Segundo o
filósofo e historiador escocês David Hume, a beleza das coisas está o espírito
daquele que a contempla. Pois bem, a história que segue comprova que, de fato, nem
todos têm propriedade para reconhecer o que é belo...
Certa vez,
enquanto discutia com alguns conhecidos o padrão de beleza na
atualidade, fui surpreendida pela seguinte declaração:
- Ei,
falando em beleza... Eita povinho feio esse do Nordeste, viu? Fui lá de férias
e só vi dragão... (detalhe: a pessoa em questão aparentemente esqueceu que Fortaleza é uma capital nordestina).
Nesse instante,
dentro me mim foi travado um conflito entre meu temperamento herdado de meus
antepassados cangaceiros e a polidez e o autocontrole que tenho tentado
desenvolver no decorrer da vida. Repeti alguns mantras que aprendi
recentemente, contei de 1 a 1.100 (numa rapidez digna de uma X-men) e
ostentando o meu sorriso mais ensaiado, declarei:
- Caríssimo,
darei a você uma sugestão: se beleza é o que busca em suas viagens, substitua
os destinos nordestinos por São Paulo e frequente o Fashion Week.
O “desavisado”
ainda insistiu:
- Uai, a
senhora ficou ofendidinha?
Aí meu
compromisso com a bondade foi rompido. Perguntei num tom perigosamente calmo:
- Você fez essa
ponderação sozinho, meu bem?
De súbito,
ouvi:
- Sim.
E devolvi:
- Nesse caso
não me ofendo. Quando tal declaração partir de alguém verdadeiramente agraciado
pela beleza, começarei a me preocupar...
Moral: Se o seu reflexo é a única
referência que possui, procure ser tolerante diante da falta de atributos
alheios e evite fazer comentários preconceituosos. Afinal, os demais são obrigados
a exercitar a benevolência com você diariamente...

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