sábado, 17 de novembro de 2012



Derradeiro...

Para Mario Quintana, o passado não reconhece o seu lugar e está sempre presente. Verdade maior não há. Aquilo que vivemos paira incessante ao nosso redor. O pior é que algumas lembranças são cruelmente vívidas. Ainda que sejam superados os sentimentos e mesmo que as algumas pessoas já não façam parte do nosso convívio, as cicatrizes sempre estarão aqui. Rasgando a pele e queimando o espírito... Que bom seria se pudéssemos deixar tudo para trás. Esquecer as dores que nos causaram, relevar as mentiras que nos contaram, reaver as ilusões que nos foram tiradas... Infelizmente não podemos subtrair o que a memória teima em impor. É a nossa bagagem emocional. As frustrações que nos proporcionam a resiliência que fortalece. A Ana de hoje não é a mesma de outrora. Sou mais cética e menos feliz. Contudo o que realmente importa é que agora, ao visitar o passado, chego à conclusão de que não desejo habitá-lo novamente. De lá tenho recordações, mas já não sinto saudades... (Ana Paula Bacelar)

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