quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

COMO CRIAR UMA "DIVA" NO ATUAL CENÁRIO MUSICAL BRASILEIRO:









1. Coloque uma mulher feia de lingerie e com mega hair defeituoso cantando uma versão "capenga" de um grande sucesso internacional; 
2. Fuja completamente da letra da música e crie uma nova "roupagem" com muitos agudos e gemidos (para parecer sexy); 
3. Produza um clipe em um galpão ou lixão (o caos virou pop) e arrume um vestido de debutante com tecido bufante, que possa voar mediante a colocação estratégica de um ventilador com haste (do tipo que as Casas Bahia vendem em até 12 parcelas); 
4. Minta repetidas vezes à "estrela em ascensão" dizendo que ela é linda, canta bem e tem uma pronúncia impecável do inglês (uma espécie de britânica 'mande in' Terra Brasilis); 
4. Pegue uma música bacana que demorou meses para ser produzida num estúdio magnífico e destrua completamente todos os arranjos.
5. Contrate algumas dançarinas de axé (que acreditem ter o talento da primeira bailarina do teatro municipal) e ache alguns go go boys com o novo topete loiro do Neymar e mande-os treinar uma coreografia bem tosca, que mescle passos e espasmos. 
Pronto! Pode lançar. E jamais esqueça: capacidade vocal, afinação e talento são secundários... Afinal, a maior parte das "estrelas' atuais faz de tudo um pouco (menos cantar). #ficaadica
p.s. Se a "diva" tiver ainda um parente na indústria musical e amigos influentes, você terá nas mãos uma mina de ouro. Prova disso é Preta Gil (escolhida para ilustrar o post). Aqui ela aparece com o cabelo da Lady Gaga, maquiagem inspirada em Cleópatra e um vestido da linha "sustentável" (feito com sacos de lixo). Tudo num só look! Quanta "atitude", meu Deus!

* Bônus: PARA QUEM QUER RIR MUITO... 
Na mesma vertente, segue uma versão pauper da belíssima Beyoncé (tive náuseas quando vi). Argh! http://www.youtube.com/watch?v=NCyJL8WG1m4

sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Os poços da fantasia secaram? .



(Imagem disponível em <http://colunistas.ig.com.br/guilhermebarros/2010/04/22/vendas-online-para-o-filme-%E2%80%9Calice-no-pais-das-maravilhas%E2%80%9D-serao-feitas-pela-ingresso-com/>. Acesso: dez. 2012) 



A maturidade é, por vezes, uma condenação. Ela dificulta a missão de enganar a si mesmo, exige que os demais sejam mais criativos quando desejam nos ludibriar (eis o mais difícil, pois inteligência e criatividade são cada vez mais raras) e torna diminuta a tolerância com a desfaçatez alheia. Não sei se estou mais perspicaz ou se os outros estão demasiadamente óbvios...

CRÔNICAS DE UMA CEARENSE EM GYN - PARTE XI


Episódio de hoje: 2012 - O Armagedon já começou!


Enquanto aguardava na fila para pagar o estacionamento, flagrei o seguinte diálogo:
- Cara, dizem que o mundo vai acabar amanhã. Cê pira?! Credito não...
- Véi, cê num viu? Terça choveu até GRANITO em Goiânia... 
Não sou uma pessoa sugestionável, mas confesso: agora fiquei preocupada... Será um prenúncio do fim? Por precaução, penso em incorporar o uso de uma réplica do capacete Darth Vader ao meu cotidiano. Afinal, prudência nunca é demais... 

P.s. Segue uma foto daquilo que, segundo o interlocutor, caiu do céu em Gyn. #medo

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

CRÔNICAS DE UMA CEARENSE EM GYN (PARTE X)


Episódio de hoje: Meu mundo caiu... 



     Já dizia o célebre filósofo inglês Francis Bacon: “A discrição é para a alma o que o pudor é para o corpo”. Compreendi tal pensamento no último sábado, quando minha alma foi profanada e o meu corpo padeceu das consequências nefastas de uma fatalidade presenciada por muitos. Segue o relato de uma noite impactante (literal e figurativamente):
     O final de semana foi programado com esmero e aguardado com grande expectativa, pois seria a comemoração de aniversário de uma cara amiga. Às onze da manhã, estava estática enquanto meu ‘personal hair stylist’ retocava o tom ‘blond’ de minhas madeixas e minha manicura polia unhas de porcelana recém-adquiridas.
   Cerca de três horas depois, eu já ostentava um look loiro Malibu que deixaria Pamela Anderson enrijecida de inveja. Para tornar a preparação ainda mais movimentada, encontrei, na casa da aniversariante, outras cinco amigas e começamos a “Operação Macgaver” de maquiagem e vestuário. Parecia back stage de SPW, com muitos adereços e apenas um espelho (disputado quase a tapas pelas moçoilas em seu afã de tornar mais apresentáveis figuras já belas e atraentes).
    No alto do meu salto 15 e serelepe em um vestido all-in-one (daqueles que simulam saia e blusa), segui com as meninas para o nosso destino habitual: Santa Fé Hall, a mais famosa boate sertaneja da capital. Observávamos os agroboys movimentarem desajeitadamente o corpo (uma versão bizarra de Locomia country) e as curicas espetaculosas com mega hair de fios de nylon, maquiagens de boneca inflável e roupas possivelmente surrupiadas de suas irmãs infantes (daquelas que de tão diminutas deixam pouco para a imaginação) caminharem em busca de um alma caridosa disposta a lhes oferecer um combo de Old Parr.
    Do camarote, acompanhava toda a movimentação e, depois de uma breve participação especial na pista de dança (com direito a giros performáticos e o famoso “salto da gazela”), resolvi abraçar o anonimato. Permaneci quieta, melancólica e introspectiva por preciosos minutos. Meu pensamento voou embalado por pérolas da música sertaneja (tche re tche tche, bará bará bará e Tchu tchu tcha). Levantei para falar com uma amiga e, num lance hollywoodiano, tal como o Titanic me deparei com uma barreira glacial (em proporção obviamente menor). Em suma: escorreguei em uma pedra de  gelo e caí sem o menor glamour. Aqueles que não assistiram à queda certamente a ouviram, pois numa tentativa mal sucedida de salvação agarrei a mesa e acabei levando comigo ao chão copos e até uma garrafa. Dez minutos depois, ainda estava presa ao solo pela força da gravidade e intensidade da dor.
    Resultado: fui amparada pelos amigos, segui para casa de táxi e ainda não sei definir o exato local que dói, pois democraticamente as demais partes do meu corpo aderiram ao sofrimento. Não adianta contudo chorar pelo tombo presenciado. Como bem cantou Maysa : “Se meu mundo caiu, eu que aprenda a levantar”. Pois bem, sigamos....

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

CRÔNICAS DE UMA CEARENSE EM GYN - PARTE IX



Episódio de hoje: “Nem tudo o que reluz é ouro, nem tudo o que brilha é diamante!”

(Imagem disponível em http://www.alturasepesos.com.br/letra-b/172-altura-e-peso-de-ben-affleck.html. Acesso: dez. 2012)



Dia desses, depois de uma semana atribuladíssima de trabalho, resolvi “olvidar” minha condição proletária e gozar de breves momentos de entretenimento na noite de Gyn. Dotada do meu digno salto 15 e de cílios postiços que despertariam a inveja do mais espetaculoso transformista, segui serelepe em direção à tão almejada felicidade...
Tudo parecia perfeito: meus cabelos dourados balançavam tal como as madeixas das atrizes globais em propagandas de xampu, minha tez brilhava e até mesmo aquele culote, que insiste em habitar meu corpo, estava disciplinadamente contido em uma cinta recém-adquirida. Em suma: minha autoimagem naquele dia era da Barbie edição Malibu. O que parecia bom ficou incrível quando minhas amigas apontaram para o moçoilo mais garboso da festa e ele (pasmem!) estava olhando fixamente em minha direção.
Fiz ar de pouco caso, comecei a me movimentar lentamente (nos filmes é uma estratégia comum de sedução) e tratei de ir imediatamente ao toalete feminino para verificar meu “make”. Quando retornei ao salão de dança, munida de uma confiança não costumeira, iniciei uma performance “a la bailarina do Faustão” com todos os passos aprendidos durante as exaustivas aulas de zumba. Fiquei tão absorvida pela coreografia que sequer percebi a aproximação do charmoso rapaz. Depois de um giro digno de um solo da ginasta Daiane dos Santos, fiquei frente a frente com aquele Adônis do Centro-oeste. Passados breves instantes de estupefação, ouvi a seguinte pergunta:
- Será que não nos conhecemos de algum lugar? (Pensei: bonito, mas pouco imaginativo. Afinal, essa pergunta faz parte do modus operandi masculino desde o Paleolítico).
Enquanto, tentava disfarçar meu enfado e buscava uma resposta cortês, escutei um grito incontido:
- Nossa! Já sei! Você é a Tia Paula. Fui seu aluno no 9º ano. Como a senhora está, professora?
Resultado: até hoje recebo ligações de amigas que, depois de presenciarem a referida cena, tornaram a minha desgraça motivo de pilhéria e seguem gritando “Tia Paula” quando eu atendo as chamadas.
                  Diante dessa lembrança, mentalizo os versos de Henry Ward Beecher: nossos melhores sucessos vêm depois de nossas maiores decepções. Pois bem, o acaso já pode me enviar (no mínimo) um sósia do Ben Affleck para compensar o ocorrido... Sigo aguardando esperançosa.