Não é incomum enaltecermos pessoas medíocres e darmos à histórias falidas e obsoletas as vestes de nossos devaneios. Deixamos que a ilusão obscureça nosso discernimento e alicerçamos sonhos em terrenos movediços. A ânsia pela perfeição do que buscamos é tão intensa que, mesmo diante do desvendamento da verdade, nos rendemos a um apego teimosamente persistente.
Um dia, contudo, o encantamento se desfaz. Passamos a ver a pequenez e o vil caráter daquele que antes era o detentor da nossa cega paixão. Eis o momento da epifania. É chegado o instante da libertação. Não lamente os projetos não realizados. Sinta-se grato à Providência Divina. Afinal, como sabiamente enunciou o poeta francês Sébastien-Roch Chamfort: "o prazer pode apoiar-se na ilusão, mas a felicidade repousa sobre a realidade..."

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