O fim de um amor é também uma espécie de morte e talvez seja
a pior delas, pois, não raras vezes, resulta de uma escolha e não de
fatalidades. E, assim como o mais lastimoso réquiem, inaugura em nós os ritos
de não aceitação, de inconformismo, de saudade e, por fim, de despedida.
Relutamos em deixar partir, apegamo-nos às boas lembranças e olvidamos as decepções e frustrações numa vã tentativa de fazer vivo novamente aquilo que já pereceu. Entretanto, como bem versou Quintana, a morte não melhora ninguém. Assim, insistir no resgate de um amor falido é a via mais rápida para o sofrimento e o suicídio da autoestima.
Uns dirão que sou fatalista e que a distância fortalece alguns sentimentos e transforma as pessoas. É a tal ideia de “deixar voar, se voltar é seu”. Tudo isso é balela! Roleta russa com o amor? Desculpa, mas não aceito. Meu coração e minhas emoções não servem a jogos de azar.
O amor, embora seja um campo de paradoxos, acontece quando a alma cansa de procurar e encontra pouso. E, quando se dá, somente espíritos levianos se debatem em dúvidas e indecisões. Não acredito em amores relutantes e, por isso, descarto a ideia de retomar antigos relacionamentos. Se acabou um dia, não era verdadeiro. Sendo assim, requiem aeternam dona eis (dai-lhes o repouso eterno).

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